sábado, 27 de março de 2010

Réquiem de um site: contra o oportunismo burocrático

O bizarro episódio do “roubo do site” do PSOL efetuado pela cúpula liderada pela Sra. Heloísa Helena nos dá diversas lições. Ao mesmo tempo em que é difícil encontrar justificativas minimamente racionais para tal ação, temos que procurar entender esse seqüestro do site como um sintoma de algo muito mais profundo – que tende a se manifestar de forma ainda mais intensa até a Conferência Nacional. Mas antes de tudo, o que é um sintoma? Para Lacan, o sintoma emerge diante de um encontro com o real, com o impossível de suportar, que faz a fantasia vacilar, ameaçando deixar entrever aquilo que ela tem por função velar: a castração do Outro. Neste caso, esse sintoma emerge com o encontro com a possibilidade de que o Plínio seja realmente o candidato a presidência pelo PSOL. O que era impossível – lembrando que Plínio só teve apoio de 8% no início de sua campanha – está se materializando, para o horror da cúpula liderada por Sra. Heloísa Helena.


Como resposta, estamos vendo diversos atos “sem sentido” ou simplesmente injustificáveis. Temos um belo exemplo do que seria justificar o injustificável: “justificando” o ato de mudar o controle da página, modificar senhas e invadir o e-mail da Secretaria Geral, Haldor Omar disse que "não invadi nem alterei, isso não é verdade, está tudo documentado no registro do procedimento. Fiz isso a pedido de um setor do PSOL, que solicitou que eu fizesse a transferência técnica para o seu controle. Não foi feita de forma arbitrária, fui contratado para isso". Tudo bem. Quer dizer então que o roubo do site foi uma ação deliberada e que passou pela contratação de um profissional. Como disse Engels uma vez, os oportunistas honestos são os mais perigosos!


Parafraseando Lênin, que o combate ao lulismo democrata é inseparável do combate ao oportunismo burocrático no PSOL – tanto nacionalmente, como estadualmente e na dimensão municipal. Vivemos isso no seio do PSOL. Atentemo-nos!

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