terça-feira, 26 de abril de 2011

Lula e teoria das elites

O governo Lula foi um período de "circulação de elites", em que novas camadas ascendentes desalojam parte da elite anterior, se acomodam com outra parte que se consegue manter no topo e criaram novos pontos de poder (como os gestores dos fundos de pensão e conselhos administrativos). Afinal de contas, sem a “circulação das elites” ocorre sua degeneração (o que por sinal já estava ocorrendo no final do governo FHC). A questão é que, no poder, a tendência natural é fazer de tudo para perpetuar-se nele. Maquiavel já havia percebido isso. Mas e agora? O governo Dilma é, em grande medida, uma reprodução das elites e não uma circulação. Como será o processo degenerativo das elites lulistas? O que se terá em troca? Que hegemonia estará em jogo, uma hegemonia as avessas ao quadrado?

sábado, 23 de abril de 2011

A irracionalidade da nova Direita

Uma nova forma de irracionalidade reacionária anticomunista está emergindo como sinal da senilidade da pós-política democrática. Ele é baseado no medo de imigrantes, de corruptos, da destruição da família e dos valores, dos sem educação, sem terra, do marxismo e do totalitarismo nazista-soviético (alguns até dizem que era Stálin que tramou a Segunda Guerra Mundial e que Hitler era apenas um personagem secundário). Eles clamam pela moralidade perdida da família e desdenham da falta de coragem liberal de “fazer o que deve ser feito” para privilegiar os interesses dos “homens de bem”, naturalmente contra um Mal obscuro que cresce na sociedade multiculturalista contemporânea. Esse tipo de pensamento representa o excesso de extrema-direita que esta num processo de repolitização num amplo transbordando do cenário pós-político das democracias liberais. Agora o processo de centramento da esquerda e a repolitização da extrema-direita retoma ritmo impulsionando novas irracionalidades ao processo sócio-político.