quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Sobre Prinx

Enquanto estava indeciso sobre o futuro, Prinx se perguntava em que caminho estava andando. Quando suas inquietações se suspenderam percebeu subitamente que o próprio caminho que fazia era sua indecisão. Assim o caminho que tomava refletia sua indecisão – por mais que aparentemente nunca soube direito se estava em algum caminho prescrito ou não.

Tomar decisões conscientes que digam respeito ao futuro nunca foram fáceis para Prinx. Nunca soube ao certo se estava seguindo a chama de um novo céu ou estava descendo ao inferno para descobrir como matar o diabo. Na claridade suas decisões sempre foram nebulosas. Não sabia se era apenas ele ou todos que se moviam na existência dessa forma.

Ao esquecer que sua partida nunca era cedo o suficiente, suas quedas em nada eram brandas. Aprendeu a cair, mas sem o Ascenso desejado. Talvez a queda já fosse o impulso ao erro tão maldito que fazia esquecermos sua partida. Prinx estava confuso ao descobrir a potência da irracionalidade expressa pela própria realidade. Não podia mais harmonizar a vida como se as contradições não o cortassem ao meio a todo o momento. Ao invés de se despedaçar percebeu tardiamente que chegou tarde demais. Descobrira a falta! Descobrira o ardido salubre do vazio! Não poderia perder tempo com resoluções estéreis. Procurou personificar a unidade dos contrários e, ao fazer isso, Prinx nunca mais foi feliz. Ganhou a queda para perder o vôo do homem no próprio ar.

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