sábado, 7 de agosto de 2010

Dilma - “Nós não somos o MST”

“Quem somos nós?” pergunta a filosofia. Como pode “certas alas” do PT vangloriar a centralização política sem precedentes que está ocorrendo hoje, principalmente numa campanha eleitoral que está cogitando uma “anti-socialista de esquerda” para a presidência na Nação? Sabemos que Dilma não é Lula e nunca vai ser. Sua mediação política não é carismática e sim pragmática tanto em forma e como em conteúdo. O melhor exemplo é sua relação com o MST. Dilma é anti-MST na essência. Sabemos que a o método da luta pela terra no Brasil tem como centralidade as ocupações de terra. Sem elas não existe reforma agrária. Paremos de brincadeira. Dilma disse o seguinte numa recente entrevista: “E não condeno (as invasões) de hoje não. Condeno desde o início do governo Lula. Ele condenou também explicitamente. Nós não concordamos com invasão de prédio, invasão de terra. Não achamos que esse é o método correto”. E daí que “nós não achamos que esse é o método correto”? O que Dilma sabe sobre a práxis da luta de classes no campo? Ela não sabe nem a diferença de uma invasão e de uma ocupação e quer pautar o movimento sem-terra a partir de uma “ligações políticas históricas” entre PT e MST? Dilma que não é uma liderança popular quer impor ao movimento os métodos que podem e devem ser usados? A partir de qual parâmetro? Naturalmente daqueles que enfraquecem a luta social, que expande a pós-política petista existente numa institucionalização estéril ao próprio movimento. Dilma recentemente abriu o jogo: “fizemos uma política que tirou as principais bandeiras deles. Não foi porque a gente reprimiu. Tem coisa mais eficaz que atender o movimento?”. Em outras palavras, quando o Estado compra o movimento estaria existindo um avanço para a esquerda, ou seja lá o que ela quer dizer com “esquerda”. É a Terceira Internacional correndo nas veias de Dilma. Contra o reacionarismo de Dilma que disse que “Nós não somos o MST”, o real desafio é o lema do MST ser levado a cabo pelo MST e pelo que resta da esquerda: “Todos somos sem-terra”. Nesta contradição a dialética perdura os pensamentos mais insistentes contra a pós-política petista.

Nenhum comentário: