Neste blog regurgito minhas posições sobre diferentes aspectos da realidade/fantasia social, política e econômica do mundo atual.
domingo, 30 de maio de 2010
Nota sobre a pós-política petista
A gestão da pós-política do Estado feita pelo PT e seus partidos de base já começam, cerca de um mês antes do início oficial da campanha eleitoral, a implementar a famosa expressão “somos todos contra a direita” que quer privatizar, vender o estado brasileiro para as transnacionais, etc, etc. Essa discurso histérico é falso. Segundo pesquisa da Folha de São Paulo, apenas 32% dos simpatizantes do PT se declaram de “esquerda”. Afinal, depois de oito anos de extrema despolitização social e emburrecimento dos petistas, essas divisões entre esquerda e direita não são mais funcionais para gestar o Estado brasileiro. Portanto, diria que, inclusive para os petistas, é necessário dissociar PT e esquerda nestas eleições. Ok, se o PT se transformou numa máquina burocrática de poder seja isso sem problemas. Afinal, está cada vez mais claro que bandeiras como igualdade, autonomia de classe, soberania, etc. não são questões antinômicas das implementadas e experimentadas pelo governo petista. Até mesmo um crente petista reconhece que o programa de Dilma é, no máximo, de centro e não coloca nenhum tipo de alternativa ao Estado, o capital financeiro, a crescente inserção de transnacionais brasileiras na América Latina, etc, etc. Faz parte do processo mundial de neokeynesianização financeira do Estado. Em outras palavras se quer mudar os fenômenos e não a essência da política brasileira. Com a figura do Serra como candidato oficial da direita – com cerca de 25% da população que se autodeclara de direita - não devemos nos assustar e apontar o PT como alternativa de esquerda. Dilma é centro, mas centro que Lula. Sua luta não é histórica, é contra os sem-terra, a favor da ampliação do capital financeiro no Brasil, a independência do Banco Central, etc, etc. A questão é: Dilma é de centro, mas quer aparentar ser de esquerda. Serra é de direita, mas quer aparentar ser de centro. Nesta confusão ideológica quem se perde é o que resta da esquerda brasileira. Como dizia Marx, a vergonha já é uma revolução. Sem dúvida! A vergonha dos petistas ou se concretiza de forma ampliada ou temos a estabilização do fim da história no capitalismo em crise. Entretanto, porque isso iria ocorrer quando a institucionalização do PT no Estado capitalista é enorme e grande parte dos personagens institucionalizados esta ganhando – não pouco! – com isso nos partidos, sindicatos e movimentos sociais?
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