Vamos sintetizar algumas outras impressões sobre a crise atual. Como demonstraram os fatos, três tendências apontadas anteriormente em outros textos já se mostram evidencias reais: a necessidade de queda do dólar após atingir seu ápice (deve ir para R$ 1, 50 em poucos dias pela necessidade de circulção desse dólares que estão sendo despejados na economia norte-americana...), a queda do preço do petróleo (pela necessidade de maior consumo mundial que está em queda...) e a extensão dos “circuit breakers” (interrupções dos negócios nas bolsas de valores, normalmente por meia hora) pelo mundo. Além disso, o crédito (o sistema circulatório do capital) está prestes do colapso. Não acredito que seja necessário apontar as razões, pois elas já tentaram ser desnudadas em outros textos desse blog! Pois bem...
A razão econômica pode resolver atual crise? Não! Ela só aprofunda a crise no sentido de que, por seu uma crise fenomênica de liquidez, qualquer injeção de mais liquidez no sistema financeiro só pode cavar mais o seu buraco... a Lógica não esteve presente nas aulas dos economistas de plantão...
Vou desenvolver novamente algumas teses que sintetizam meu entendimento sobre os últimos fatos...
1) A crise atual abre as portas para uma longa recessão na economia mundial. A crise de 1929 ocorreu como um processo que teve seu ponto culminante apenas em 1933. A atual crise, entretanto, tem especificidades que englobam uma complexidade e uma globalizadade extensivamente e intensamente maior do que em 1929. Por isso, concordo com Chesnais e Mészáros (!!!) que diriam que estamos a viver as primeiras etapas, mas realmente primeiras, primeiríssimas etapas de um processo que está muito além da crise de 1929 tanto em amplitude quanto em temporalidade. Dessa forma, a crise atual pode ser comparada com a de 1929, entretanto, com radicais mudanças de contexto. A atual crise financeira mundial não passa de um aspecto que deve ser interpretada com uma multiplicidade de outros processos históricos que desembocam nos dias de hoje como a inserção no mercado mundial de pólos como a Índia, a China, a Rússia e os satélites soviéticos, a próprio processo de financeirização econômica, a reestruturação neoliberal, a globalização, a liberalização e desregulamentação global para o capital efetuar sua extração de mais-valias ...etc...
2) Os limites históricos da produção capitalista estão nus novamente. O que será que diria Marx nesse momento? Provavelmente algo que já disse! “O verdadeiro limite da produção capitalista é o próprio capital; é o fato de que, nela, são o capital e a sua própria valorização que constituem a ponto de partida e a meta, o motivo e o fim da produção; o fato de que aqui a produção é só produção para o capital e, inversamente, não são os meios de produção simples meios pra ampliar cada vez mais a estrutura do processo de vida da sociedade dos produtores. Daí que os limites dentro dos quais tem de mover-se a conservação e a valorização do valor-capital, a qual descansa na expropriação e na depauperção das grandes massas de produtores, choquem constantemente com os métodos de produção que o capital se vê obrigado a empregar para conseguir os seus fins e que tendem para o aumento ilimitado da produção, para a produção pela própria produção, para o desenvolvimento incondicional das forças produtivas do trabalho. O meio ‘empregado – desenvolvimento incondicional das forças produtivas – choca constantemente o fim perseguido, que é um fim limitado: a valorização de capital existente. Por conseguinte, se o regime capitalista de produção constitui um meio histórico para desenvolver a capacidade produtiva material e criar o mercado mundial correspondente, envolve ao mesmo tempo uma contradição constante entre essa missão histórica e as condições sociais de produção deste regime”...
3) A atual crise que mostra seu estado embrionário nos principais jornais diários. Ali ainda se mostra os fatos de maneira esquizofrênica em relação à histórica ou, em outras palavras, assim como os ideólogos do capital, não existe nenhuma relação de causalidade desses fatos. Eles simplesmente acontecem...
4) Estamos chegando a uma crise única na história: ao mesmo tempo em que afeta o coração do sistema capitalista colocando limites imanentes para a expansão do capital global, também se desenvolve como uma crise múltipla (crise do preço dos alimentos, de energia, ecológica) que se envolve com as tendências do capitalismo tardio de desemprego estrutural e precarização generalizada da força de trabalho. “Entramos numa fase em que se coloca realmente uma crise da humanidade, dentro de complexas relações nas quais incluem também os acontecimentos bélicos, mas o mais importante é que, mesmo excluindo a explosão de uma guerra de grande amplitude que, no presente momento, só podia ser uma guerra atômica, estamos confrontados com um novo tipo de crise, com uma combinação desde crise econômica, que começou, com uma situação na qual a natureza, tratada sem a menos contemplação e atacada pelo homem no marco do capitalismo, reage agora de forma brutal. Isto é uma coisa quase excluída das nossas discussões, mas que vai impor-se como um fato central”.
5) O que os Estados Unidos podem fazer? O recado de Mészáros parece soar nos ouvidos: todas as suas relações mundiais se modificaram no sentido de partilhar seu poder. Entretanto, essa reordenação de suas relações de base serão pacíficas? A história do capital nega essa possibilidade. E o mundo atual? A China expandiu nas últimas décadas as relações de produção do capitalismo principalmente com base em processos internos. Entretanto, paralelo com esse processo, a China transferiu para os Estados Unidos uma enorme parte do Setor II da economia, isso é, o setor de meios de consumo. O déficit comercial e fiscal dos EUA encontra-se primordialmente aqui. Isso nos leva a concluir que novas relações entre essas potências terão início. Pensemos nisso no processo de nacionalização de empresas como a Fannie Mae e a Freddy Mac onde a banca da China tinha 15% dos seus fundos nessas entidades e comunicou ao governo dos EUA que não iria aceitar a sua desvalorização.
6) O que temos então? Parece-me que a conjugação de uma crise mundial na economia (a maior nos últimos 80 anos da qual ainda está num período embrionário mostrando apenas o cume do iceberg) com a impossibilidade de revolvê-la de forma pacífica transformando radicalmente as relações internacionais. Como o concebemos, o mundo está iniciando seu fim. Será o fim de todos ou o fim dos limites da produção capitalista? Apenas tendo a certeza de que uma catástrofe incalculável a priori vai nos atingir com certeza absoluta é possível criar meios para sua resistência... enquando o ideário do progresso possível continuar as coisas estaram fadadas ao fracasso geral.
A razão econômica pode resolver atual crise? Não! Ela só aprofunda a crise no sentido de que, por seu uma crise fenomênica de liquidez, qualquer injeção de mais liquidez no sistema financeiro só pode cavar mais o seu buraco... a Lógica não esteve presente nas aulas dos economistas de plantão...
Vou desenvolver novamente algumas teses que sintetizam meu entendimento sobre os últimos fatos...
1) A crise atual abre as portas para uma longa recessão na economia mundial. A crise de 1929 ocorreu como um processo que teve seu ponto culminante apenas em 1933. A atual crise, entretanto, tem especificidades que englobam uma complexidade e uma globalizadade extensivamente e intensamente maior do que em 1929. Por isso, concordo com Chesnais e Mészáros (!!!) que diriam que estamos a viver as primeiras etapas, mas realmente primeiras, primeiríssimas etapas de um processo que está muito além da crise de 1929 tanto em amplitude quanto em temporalidade. Dessa forma, a crise atual pode ser comparada com a de 1929, entretanto, com radicais mudanças de contexto. A atual crise financeira mundial não passa de um aspecto que deve ser interpretada com uma multiplicidade de outros processos históricos que desembocam nos dias de hoje como a inserção no mercado mundial de pólos como a Índia, a China, a Rússia e os satélites soviéticos, a próprio processo de financeirização econômica, a reestruturação neoliberal, a globalização, a liberalização e desregulamentação global para o capital efetuar sua extração de mais-valias ...etc...
2) Os limites históricos da produção capitalista estão nus novamente. O que será que diria Marx nesse momento? Provavelmente algo que já disse! “O verdadeiro limite da produção capitalista é o próprio capital; é o fato de que, nela, são o capital e a sua própria valorização que constituem a ponto de partida e a meta, o motivo e o fim da produção; o fato de que aqui a produção é só produção para o capital e, inversamente, não são os meios de produção simples meios pra ampliar cada vez mais a estrutura do processo de vida da sociedade dos produtores. Daí que os limites dentro dos quais tem de mover-se a conservação e a valorização do valor-capital, a qual descansa na expropriação e na depauperção das grandes massas de produtores, choquem constantemente com os métodos de produção que o capital se vê obrigado a empregar para conseguir os seus fins e que tendem para o aumento ilimitado da produção, para a produção pela própria produção, para o desenvolvimento incondicional das forças produtivas do trabalho. O meio ‘empregado – desenvolvimento incondicional das forças produtivas – choca constantemente o fim perseguido, que é um fim limitado: a valorização de capital existente. Por conseguinte, se o regime capitalista de produção constitui um meio histórico para desenvolver a capacidade produtiva material e criar o mercado mundial correspondente, envolve ao mesmo tempo uma contradição constante entre essa missão histórica e as condições sociais de produção deste regime”...
3) A atual crise que mostra seu estado embrionário nos principais jornais diários. Ali ainda se mostra os fatos de maneira esquizofrênica em relação à histórica ou, em outras palavras, assim como os ideólogos do capital, não existe nenhuma relação de causalidade desses fatos. Eles simplesmente acontecem...
4) Estamos chegando a uma crise única na história: ao mesmo tempo em que afeta o coração do sistema capitalista colocando limites imanentes para a expansão do capital global, também se desenvolve como uma crise múltipla (crise do preço dos alimentos, de energia, ecológica) que se envolve com as tendências do capitalismo tardio de desemprego estrutural e precarização generalizada da força de trabalho. “Entramos numa fase em que se coloca realmente uma crise da humanidade, dentro de complexas relações nas quais incluem também os acontecimentos bélicos, mas o mais importante é que, mesmo excluindo a explosão de uma guerra de grande amplitude que, no presente momento, só podia ser uma guerra atômica, estamos confrontados com um novo tipo de crise, com uma combinação desde crise econômica, que começou, com uma situação na qual a natureza, tratada sem a menos contemplação e atacada pelo homem no marco do capitalismo, reage agora de forma brutal. Isto é uma coisa quase excluída das nossas discussões, mas que vai impor-se como um fato central”.
5) O que os Estados Unidos podem fazer? O recado de Mészáros parece soar nos ouvidos: todas as suas relações mundiais se modificaram no sentido de partilhar seu poder. Entretanto, essa reordenação de suas relações de base serão pacíficas? A história do capital nega essa possibilidade. E o mundo atual? A China expandiu nas últimas décadas as relações de produção do capitalismo principalmente com base em processos internos. Entretanto, paralelo com esse processo, a China transferiu para os Estados Unidos uma enorme parte do Setor II da economia, isso é, o setor de meios de consumo. O déficit comercial e fiscal dos EUA encontra-se primordialmente aqui. Isso nos leva a concluir que novas relações entre essas potências terão início. Pensemos nisso no processo de nacionalização de empresas como a Fannie Mae e a Freddy Mac onde a banca da China tinha 15% dos seus fundos nessas entidades e comunicou ao governo dos EUA que não iria aceitar a sua desvalorização.
6) O que temos então? Parece-me que a conjugação de uma crise mundial na economia (a maior nos últimos 80 anos da qual ainda está num período embrionário mostrando apenas o cume do iceberg) com a impossibilidade de revolvê-la de forma pacífica transformando radicalmente as relações internacionais. Como o concebemos, o mundo está iniciando seu fim. Será o fim de todos ou o fim dos limites da produção capitalista? Apenas tendo a certeza de que uma catástrofe incalculável a priori vai nos atingir com certeza absoluta é possível criar meios para sua resistência... enquando o ideário do progresso possível continuar as coisas estaram fadadas ao fracasso geral.
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