quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Militante contra o Nada

Que é o militante
em tempos de não-partilha?
E como seguir lutando
exalando auto-crítica?
Quem espera pelo avesso
quando perde a solidão,
ou recai no entendimento
ou se vira com a razão.

Não um acadêmico, perdido na ciência,
Que agoniza na vivência,
“ser ilustrado,
mesmo na impotência”.

Oh Lênin! Que deixaste para nós?
Doce cólera acumulada,
que com palavras não resiste.
O desfecho da história,
só num abismo ela persiste:
na ação companheiro,
voltada para um crime*.

* Complementaridade de todos movimentos socialistas; superação das relações antagônicas do homem com a natureza e com o homem; transcendência positiva da alienação; consciência comunista em massa; resolução do conflito entre existência e essência, liberdade e necessidade, indivíduo e gênero. Por o modo de reprodução sociometabólica global do capital ser estruturalmente incapaz de estabelecer e manter uma relação historicamente sustentável dos seres humanos com a natureza além da negação usurpadora do poder de decisão não apenas na economia e na política, mas também no campo da cultura, aos indivíduos que constituem o sujeito histórico real, o trabalho, como o possuidor e realizador potencial da energia criativa humana sob uma imposição cega sobre a sociedade dos imperativos expansivos irracionais do valor de troca (não importando o quão destrutivas possam ser), a elaboração prática de um sistema alternativo exige um reexame das premissas práticas fundamentais do sistema do capital em sua totalidade combinada para ser suplantado historicamente por uma alternativa não menos abrangente e orgânica. Como as mediações antagônicas hierarquicamente consolidadas do pelo capital não podem ser reformadas, corrigidas ou controladas por constituírem um sistema perversamente interbloqueado num caráter centrífugo, a transição historicamente sustentável para além do capital envolve um conjunto de princípios e determinações operativos mais substantivos e orgânicos sob a forma de deliberações autônomas e conscientes, críticas e também autocríticas, dos indivíduos orientados para a elaboração estratégica das mediações não antagônicas exigidas pela “nova forma histórica”. Esse tipo de mediação não se refere a algum futuro mais ou menos remoto, mas ao processo histórico agora em curso. A única mediação historicamente sustentável e viável para a alternativa socialista é a mediação de si própria por parte de um sujeito social ativo que seja capaz de intervir autonomamente e conscientemente no processo de transformação exigida em nosso “destino histórico” sob uma tomada de decisão substantiva pelo corpo social em sua totalidade – uma automediação.

Um comentário:

alex disse...

Sim, sim SIM!!!! É este o caminho!!!! "um sujeito social ativo que seja capaz de intervir autonomamente e conscientemente no processo de transformação exigida em nosso “destino histórico” sob uma tomada de decisão substantiva pelo corpo social em sua totalidade – uma automediação." e está tudo dito...