terça-feira, 29 de junho de 2010

Prelúdios da Guerra do Irã: urgente!

A “Guerra de Obama” ainda não começou, mas está prestes a ter início. Naturalmente muitos criaram muitas expectativas com o primeiro presidente negro, mas os “interesses norte-americanos” ficaram na frente das promessas. Nestes interesses não estavam nem retirada das tropas do Iraque e do Afeganistão e nem a fechada de Guantánamo. A gestão da crise necessita continuar: agora o alvo é o Irã.

A mobilização da IV Frota demonstra esse presságio de uma terrível guerra que pode desatar deslocamentos geopolíticos ainda não previsíveis. Faz algumas semanas que o Conselho de Segurança da ONU impôs novas sanções ao Irã. Turquia e Brasil votaram contra. EUA e seus aliados pressionam a favor das sanções fazendo concessões para ganhar apoio de Rússia e China.

Entre 5 e 10 de julho foi feito um importante exercício militar na costa do Mediterrâneo com a participação de porta-aviões estadunidense Truman e o grupo de ataque associados, assim como barcos alemães e israelenses. Desde lá o grupo de batalha USS Truman passou pelo canal de Suez dirigindo-se ao Golfo Pérsico para unir-se ao grupo de batalha do USS Eisenhower que já se encontra ali.

Por outro lado o Irã declarou estado de alerta em 22 de junho em suas fronteiras ocidentais afirmando que forças estadunidenses e israelenses estavam se concentrando no Azerbaijão, prontas para atacar instalações nucleares do Irã. Fontes iranianas afirmam que Israel tem transferido secretamente uma enorme quantidade de bombardeiros Jet a bases do Azerbaijão através da Geórgia e que forças estadunidenses também se encontram por lá para preparar um ataque. Esse deslocamento de naves militares estadunidenses – escoltadas por submarinos nucleares – em direção da costa do Irã faz parte das intenções belicistas do governo Obama que trata de impor ao Irã seus planos de “desenvolvimento de energia nuclear com fins pacíficos” utilizando todas as medidas possíveis de pressão, incluindo os recentes sanções.

Neste cenário pré-guerra a Arábia Saudita autorizaria o uso de seu espaço aéreo para a aviação militar dos EUA e Israel. Além disso, também é possível a utilização de interceptadores de mísseis no Qatar, Emirados Árabes, Barein e Kuwait procurando uma estratégia que invalidaria qualquer defesa do lado iraniano. Essas manobras demonstram a ambição das corporações transnacionais de efetuar o controle dos recursos energéticos em toda a região do Oriente Médio (como já está ocorrendo no Afeganistão e Iraque) buscando uma reconfiguração do poder yanque mais adequado aos seus interesses e suas necessidades. Lembremos que as grandes reservas petrolíferas do Irã – somente superadas por Arábia Saudita e Canadá – excitam a ânsia do imperialismo estadunidense que, com 3% da população mundial consomem 25% dos recursos energéticos do mundo. Não podemos duvidar também que a guerra é o principal negócio do complexo industrial-militar que se expandiu com o governo Obama chegando a um orçamento recorde em 2010. A estratégia da “guerra preventiva” e da “guerra infinita” continua inalterada com Obama, por mais que tenha ganhado Premio Nobel da Paz.

Não restam dúvidas que, prontamente com as naves de guerra dos EUA e Israel ocupem seus postos estratégicos e se inspecionem o primeiro barco mercante do Irã, se desate uma troca de projéteis bélicos de um lado ou de outro. De qualquer forma, como estimou recentemente Fidel, os EUA e Israel subestimam o 1 milhão de soldados iranianos que, por terra, mar e ar se mobilizariam contra uma agressão externa em defesa da nação persa.

Atentemo-nos!

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