Hoje estamos presenciando uma balança de poder no sistema global que alguns chamam de "nova bipolaridade" formada por Estados Unidos e China. Os EUA detem a moeda reserva mundial com o consumo astronômico e a China com o encargo de altas taxas de crescimento e produtividade além de sustentar de forma dominante as dívidas públicas estadunidenses. Como se vê, são os dois lados de uma mesma moeda que, na falta de um lado, não conseguiria existir. O problema é: mas a China não é "socialista"? Isso não é um obstáculo para a reprodução dessa relação incestuosa sino-estadunidenses?
Por enquanto não, mas a "auto-crítica" interior do projeto socialista na China poderá ser similar a antiga URSS e seu necessário colapso que "se desmanchou no ar". Estou propondo, portanto, que poderemos ver, num curto prazo, a restauração do capitalismo na China exatamente porque as demandas internacionais já ganharam com o "socialismo de mercado". O Estado Chinês gosta de se proclamar um "socialismo com características chinesas" por mais que seu poder no mercado mundial seja algo mais parecido com um "capitalismo com características chinesas". Desde meados de 1970 diversas mudançãs rumo a uma neoliberalização chinesa radical estão sendo colocadas em prática fazendo com que, do ponto de vista do capital, a China seja um país Em-Si capitalista com crecente poder de barganha do sistema internacional.
A questão que fica é que o capitalismo Em-Si já existe na China - a pergunta que fica é: quando será a passagem "impossível" Para-Si? Não nos assustemos, portanto, se estivermos prestes a presenciar a restauração capitalista da China.
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