sábado, 15 de agosto de 2009

Imperialismo e Crise: o Plano Colômbia e o otimismo idiota

Colômbia e Estados Unidos fecham acordo sobre o uso de bases militares. O acordo permitirá que os EUA utilizem até sete bases em território colombiano, segundo o acordo, “para a luta contra o narcotráfico e o terrorismo”. Nos últimos dez anos, os EUA repassaram US$ 5,5 bilhões ao aliado sul-americano sob os marcos do Plano Colômbia. Qual é o objetivo desse plano? Uma ajuda externa para lidar com a luta interna com as FARC. Entretanto, poderiam existir outros objetivos mais obtusos e amplos para esse acordo? A verdadeira pergunta foi feita pelo Presidente Hugo Chavez: “quem os Estados Unidos e o presidente Uribe querem enganar dizendo que as bases militares na Colômbia não representam uma ameaça à Venezuela?". Como ainda salienta meu amigo Chrysantho, (http://oeventuario.blogspot.com/2009/08/um-breve-resumo-do-pandemonio-por-vir.html) “o que significam portanto as bases militares ao lado da Venezuela, o primeiro dos países latino-americanos a adotar uma postura abertamente anti-capitalista e anti-imperialista após a nossa "redemocratização"? Agora que pouco importa para o capitalismo legitimar-se sob a democracia ou sob uma ditadura reacionária qualquer, só mesmo o Lula para acreditar numa mera declaração de Uribe de garantir que as bases não agirão fora do território da Colombia. (Detalhe, estamos falando de dezenas ou centenas de caças que têm condições de ir da nascente do rio Amazonas até o oceano atlântico em vinte minutos)”.

A crise global atual está acelerando e o que temos que ter em mente é que as articulações imperialistas não são as mesmas que do século XX. Não houve ainda exemplo na história em que o imperialismo não superou a força as crises periódicas anteriores. Entretanto, qual é a postura do imperialismo sob uma crise que se transformou num padrão linear de movimento sustentada num continuum depressivo, cumulativa, endêmica, mais ou menos permanente e crônico como se apresenta a crise estrutural do capital.

De qualquer forma, não podemos nos enganar com os dados econômicos positivos que são buscados todos os dias para provar que “o pior da crise já passou” numa espécie de otimismo idiota. Nos EUA, por exemplo, enquanto Barack Obama já sentencia que “a recessão está prestes a acabar”, caíram em julho as vendas dos varejistas, casas retomadas por falta de pagamentos chegaram a um patamar recorde (360 mil) e o número de pessoas que pediram o seguro-desemprego chega a 558 mil. O padrão do desemprego não se encontra mais um surtos explosivos e encontra-se num progressivo aumento que deve superar, em pouco tempo, cerca de 11% nos EUA, o país mais rico do mundo! No Brasil, as 124 companhias abertas que publicaram seus balanços do segundo trimestre tiveram ganhos que somam R$ 8,8 bilhões. Entretanto, esse resultado decorre principalmente de lucros cambiais.

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