sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Elogio a revolta contra o pacote de ajuda as montadoras

"A Casa Branca anunciou nesta sexta-feira que está considerando a possibilidade de usar parte dos fundos do plano de resgate financeiro, de US$ 700 bilhões, para impedir a quebra dos fabricantes de automóveis em crise, depois que os congressistas não conseguiram acordo para um projeto alternativo". O governo de São Paulo também anunciou uma linha de crédito de R$ 1,2 bilhão para financiar empresas de máquinas e autopeças. Os golpes cleptocratas continuam...
O setor de produção automobilística é um dos grandes motores da reprodução do capital historicamente desde o início do século XX. Apenas a necessidade objetiva e estrutural de uso dos fundos públicos para o salvamento das gigantes General Motors, Ford e Chrysler já não é sintomático em relação aos novos padrões que estão se estabelecendo sob a hibridização do Estado com o capital diante de sua crise estrutural hoje? Se de 1945 a 1968 foram os anos glorisos do capitalismo, a fase que iniciou em meados de 1970 e se fecha em 2008/2009 demonstra os limites historicos do capitalismo que, inevitavelmente por sua lógica de expansão e acumulação, buscará novas saídas de reprodução ALÉM do capital financeiro e do neoliberalismo, dominantes sob a etapa de desenvovimento durante os últimos 40 anos. Uma volta é impossível. Usando do reducionismo, não existe volta das forças produtivas. Qual será a nova tentativa de buscar novos nichos de reprodução? Ou ainda, mais importante, as rebeliões do devir conseguiram dar respostas satisfatórias rumo a superação radical do metabolismo global do capital diante da atual crise que mostrase apenas nas primeiras etapas? Arrisco até dizer que estão voltando os fantasmas das rebeliões e das revoluções diante da crescente intensidade da violência objetiva que (des)estrutura a realidade global hoje.

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