Na América Latina, sob o governo George Bush, vimos uma onda de vitórias dos partidos de esquerda passando, entre outros, por Brasil, Chile, Bolívia, Venezuela e Equador. E agora com Obama? Honduras mostra uma preciosa lição que não pode ser negligenciada de forma alguma pela esquerda. Inicia-se na América Latina a vingança da direita. Hoje os Estados Unidos encaram as questões latinas com uma extrema excitação, principalmente com o aprofundamento da multiplicidade de seus problemas crônicos como a Guerra no Iraque, o fechamento do cerco contra o Irã, o desemprego crescente, a crise fiscal do Estado, a instabilidade do sistema financeiro, as pressões pelo inquérito sobre os atos ilegais do governo Bush, as votações pelo pacote de saúde e as reviravoltas do caso Guantánamo.
Essa hesitação permite a reorganização dos setores conservadores que viram e vem seu poder estar sendo retirado por mudanças democráticas. Quando Zelaya começou a concretizar programas com uma cara esquerdista, (como construção de escolas, aumento do salário mínimo e a adesão a Alba) essa forma de democracia era demais para os grupos conservadores. Em outras palavras, como o “jogar o jogo da democracia de faz de conta” foi quebrado, para a ala direitista foi necessário buscar implementar um golpe militar. A lição desse ato é a seguinte: na América Latina, do ponto de vista conservador, é possível efetuar um golpe de Estado em nome da democracia. É um tipo de latinização da ideologia colocada em prática na Guerra do Iraque – “podemos suspender a democracia para colocar novamente sua função, isso é, trazer novamente a democracia baseada num sistema que não transforme a estrutura social e nem distribuía renda”. Outro exemplo dessa lógica foi dado recentemente no Peru. Com o aprofundamento das lutas indígenas para a revogação de um conjunto de decretos de maio de 2008 que foram feitos para facilitar investimentos de exploração de recursos naturais da selva, o presidente direitista Alan Garcia qualificou a luta como uma “agressão subversiva contra a democracia” (Folha, 8 de junho, A14). O que forma o consenso hoje é a democracia liberal, e qualquer ação política que quebre esse consenso é encarado como “anti-democrático”. Garcia não poderia ser mais sincero: uma “agressão subversiva contra a democracia” é exatamente a luta social.
O que significa isso? Não podemos perceber que a democracia é cada vez mais o verdadeiro impasse para a transformação social? Não podemos perceber esse fato no decrescente interesse europeu em votar no parlamento da união européia? A última eleição teve uma abstenção de 43% dos eleitores que somam cerca de 375 milhões em 27 países. Com o aprofundamento da atual crise, uma resolução democrática é, visivelmente, cada vez mais impossível. Uma articulação interclasses (como querem muitos neokeynesianos) para um novo contrato social é a verdadeira utopia. Ao contrário, o que estamos presenciando é a elite re-articulando um projeto de classe (neo)conservador que se distingue dos (neo)liberais em termos puramente formais.
Talvez a expressão mais engraçada dessa oposição não conflituosa entre neoconservadores e neoliberais foi no pedido das transnacionais Nike, Adidas, Gag e Knights pedindo democracia em Honduras. Elas enviaram uma carta a Hillary Clinton dizendo: “nós encorajamos a resolução imediata da crise e que as liberdades civis, incluindo a liberdade de imprensa, de expressão, de reunião e de associação, sejam totalmente respeitadas”. De qualquer forma, as transnacionais ainda afirmaram que “não apóiam e nem apoiaram nenhuma parte na disputa”. Bela forma de exercer a democracia!
A vingança da direita na América Latina está no seu estado embrionário, mas não pode deixar de nos alarmar profundamento. Está cada vez mais claro que Zelaya não é um esquerdista que estava propondo mudanças substanciais e sim medidas básicas para redistribuir a riqueza. Essa ação não foi tolerada pela elite que formentou um golpe de Estado em nome da democracia.
Entretanto, mesmo sem golpes de Estado, e quando acordarmos e vermos diversos Berlusconis no poder?
Neste blog regurgito minhas posições sobre diferentes aspectos da realidade/fantasia social, política e econômica do mundo atual.
sexta-feira, 31 de julho de 2009
quarta-feira, 22 de julho de 2009
Nota sobre o craque por vir
Um comentário de Marx sobre o craque é interessantíssima. Com o desdobramento da crise financeira, “o processo se complica tanto – com a emissão de meros papagaios, ou com negócios de mercadorias destinados apenas a fabricar letras – que pode subsistir a aparência tranqüila de negócio sólido e de retornos fáceis de dinheiro, quando há muito tempo esses retornos na realidade só se fazem mediante fraude contra prestamistas ou contra produtores. Por isso, sempre às vésperas do craque, os negócios aparentam quase solidez extrema... Os negócios vão muito bem, reina a maior prosperidade, e de repente surge a catástrofe” (idem, p. 640, 641). Desde dia 17 de julho de 2009 não se iniciou esse processo que reluz a véspera do craque?
Nos dentes
segura primavera.
Nos dentes
segura primavera.
quinta-feira, 16 de julho de 2009
A crise atual, mais ainda
A atual crise não é a “brincadeira” que está sendo televisionada na mídia internacional e nacional. Suas fundamentações além de serem essencialmente pobres, recorrem ao recurso de pensamento liberal ou abertamente neokeynesiano. Tudo se passa como se as causas da atual crise que se aprofunda pudessem ser facilmente sanadas pelo Estado ou por medidas técnicas de economistas especializados.
A crise que se desdobra hoje é a mais a profunda de toda a história do capital e, conseqüentemente, impõem formas de ação que consigam lidar com a destrutividade do capital não num sentido de “regulação” ou “formalização do Estado como comitê central dos negócios da burguesia financeira global” e sim, muito especificamente, num sentido de superação radical do capital da qual os capitalistas não podem prover qualquer resposta já que passa por um processo tortuoso de massa, cheio de conflitos, contra-revoluções, ditaduras militares em alguns países subdesenvolvidos, o estado de exceção numa progressiva atuação na forma de governo democrático-liberal, penalização massiva da pobreza, crescente concentração de riqueza em nível mundial, e, talvez o mais importante para a esquerda, uma crescente urgência histórica necessária para impedir a extinção humana. A crise que se desdobra é a progressiva destrutividade da condição do capital como mediador do homem com a natureza, destruindo tanto homem quanto natureza. Essa crise, portanto, é de longa duração e problematiza toda a história do capital desde seus primórdios quando a subordinação estrutural sobre o trabalho ainda era embrionária, mas já baseada em sangue.
Em 2009 estamos ainda nas primeiras etapas desse processo que se desdobra de forma acelerada e destrutiva. O sistema financeiro internacional ainda não ruiu. A tendência que se desdobra desde 1970 inicia uma a progressão que aprofunda os antagonismos estruturais do capital fazendo, inevitavelmente, uma queda brusca no comercio mundial, aumento progressivo do desemprego crônico com importantes tensões sociais tanto nos países mais desenvolvidos como nos países menos desenvolvidos. Em sua dimensionalidade econômica e financeira, a atual crise parece um “assopro de anjo” em relação à crise de 1929-33. Sua escala de tempo também é diferenciada já que envolve uma simultaneidade global a partir do coração do sistema do capital. A escala de tempo se transforma exatamente pelo espectro ampliado da atual crise, que deixa até os apologistas do capital mais viscosos, muitas vezes embaraçados quando necessitam legitimar seu querido sistema social de controle que, diante do aprofundamento da crise, está aprofundando suas contradições e antagonismos acumulados historicamente.
A atual crise não é imediata. Ela ascende a partir da década de 1970 e desdobra desde lá com uma voracidade social e ecológica nunca sem precedentes. Isso porque, desde lá, os fundamentos do capital estão sendo questionados pelo próprio capital que, por uma crescente incapacidade de atender seus imperativos existenciais de acumulação e expansão, inicia um processo altamente destrutivo num período de época histórica onde a totalidade de seus elementos expansivos são prejudicados progressivamente pela impossibilidade objetiva da valorização do capital na esfera da produção, isso é, de acumulação de capital.
A mudança estratégica presente sobre a “administração da crise” trouxe uma fina ironia onde os fundamentalistas neoliberais tiveram que se ajoelhar o Estado para um “socorro de emergência” numa ridicularização do discurso pregado nas últimas décadas baseado na metafísica da “mão invisível” como a capacidade da liberdade e igualdade. Num curtíssimo tempo desapareceram do cenário econômico mundial os cinco maiores bancos de investimento dos Estados Unidos (o vértice da pirâmide do capital financeiro), as duas maiores hipotecárias do planeta, a maior empresa seguradora do mundo e o que foi em grande parte do século XX a maior empresa do mundo faliu. Se alguém desse esse prognostico há alguns anos ou meses atrás desses catastróficos eventos provavelmente seria convidado a integrar um hospício. A ironia subjacente desse processo está exatamente na falência, junto com essas enormes empresas, do pensamento neoliberal.
O desdobramento da atual crise já traz como conseqüência uma “falência do pensamento neoliberal” com seus prognósticos de liberalização econômica financeira como o caminho da liberdade. Principalmente porque o caráter de classe do Estado neoliberal se escancara sendo forçosamente expulso das “férias da história” que muitos esquerdistas teorizam como a construção de um Império sem fronteiras e sem polarização de poder global . A atual crise, ao invés da milagrosa acumulação de capital, advém da superacumulação de capitais e sua impossibilidade objetiva de valorização na esfera produtiva encontrando, entre outras formas, a financeirização como uma resposta capenga para redistribuição do lucro capitalista global. Como acentuava Marx, o capital tem como impulso vital a valorização, a criação de mais-valia para absorver o máximo possível de trabalho excedente, motivado pelo objetivo determinante do processo de produção capitalista: a auto-valorização do capital. Desde meados de 1970 esse objetivo está, de forma crescente e antagônica, apresentando problemas críticos à totalidade da ordem estabelecida. A resposta desses problemas críticos no campo da produção (que muitas vezes os apologistas do capital encaram como causa) se deu com a neoliberalização. Existiu uma intensificação da desregulamentação das regras para o investimento estrangeiro, comércio internacional e privatizações, sob ditaduras ou democracias, que criaram as condições favoráveis para a financeirização econômica global, isso é, uma escalada para a contínua expansão do dinheiro mediado apenas pelo dinheiro. Marx formulou esse capital fictício como D – D’, isso é, dinheiro que se expande não passando pela produção de mercadorias que, nas últimas décadas, tomou diversas formas, como escreve David Harvey, “por meio da especulação, da predação, da fraude e da roubalheira. Operações fraudulentas com ações, esquemas Ponzi, a destruição planejada de ativos por meio da inflação, a dilapidação de ativos por meio de fusões e aquisições agressivas, a promoção de níveis de endividamento que reduziram populações inteira, mesmo em países capitalistas avançados, à escravidão creditícia, para não falar das fraudes corporativas, da espoliação de ativos (o assalto aos fundos de pensão e sua dizimação pelo colapso do valor de títulos e ações e de corporações inteiras) por manipuladores de crédito e de títulos e ações – tudo isso constitui a verdadeira natureza do atual sistema financeiro capitalista. Há incontáveis maneiras de extrair dinheiro do sistema financeiro. Como ganham por comissões a cada transição realizada, os corretores podem maximizar seus lucros mediante a negociação freqüente de seu portfólio de títulos (prática conhecida como churning – transação supérflua), pouco importando se as transações adicionam ou não valor à conta dos clientes (2008, p. 174).
Não menos importante e alarmante, junto com esse processo, uma redistribuição de renda altamente desigual foi colocada em prática. Como exemplo recente, entre 2000 e 2006, nos Estados Unidos os 10% mais ricos da população viram sua renda crescer 32% enquanto a renda média dos trabalhadores caiu 1,1% em termos reais sob um crescimento de 18% da economia. No caso do 1% mais rico, o crescimento foi de 203% e, para o segmento representante dos 0,1% mais alto na pirâmide de renda houve um aumento de 425%. Esses números estrondosos mostram a face com que teremos que, cedo ou tarde, lidar.
A crise que se desdobra hoje é a mais a profunda de toda a história do capital e, conseqüentemente, impõem formas de ação que consigam lidar com a destrutividade do capital não num sentido de “regulação” ou “formalização do Estado como comitê central dos negócios da burguesia financeira global” e sim, muito especificamente, num sentido de superação radical do capital da qual os capitalistas não podem prover qualquer resposta já que passa por um processo tortuoso de massa, cheio de conflitos, contra-revoluções, ditaduras militares em alguns países subdesenvolvidos, o estado de exceção numa progressiva atuação na forma de governo democrático-liberal, penalização massiva da pobreza, crescente concentração de riqueza em nível mundial, e, talvez o mais importante para a esquerda, uma crescente urgência histórica necessária para impedir a extinção humana. A crise que se desdobra é a progressiva destrutividade da condição do capital como mediador do homem com a natureza, destruindo tanto homem quanto natureza. Essa crise, portanto, é de longa duração e problematiza toda a história do capital desde seus primórdios quando a subordinação estrutural sobre o trabalho ainda era embrionária, mas já baseada em sangue.
Em 2009 estamos ainda nas primeiras etapas desse processo que se desdobra de forma acelerada e destrutiva. O sistema financeiro internacional ainda não ruiu. A tendência que se desdobra desde 1970 inicia uma a progressão que aprofunda os antagonismos estruturais do capital fazendo, inevitavelmente, uma queda brusca no comercio mundial, aumento progressivo do desemprego crônico com importantes tensões sociais tanto nos países mais desenvolvidos como nos países menos desenvolvidos. Em sua dimensionalidade econômica e financeira, a atual crise parece um “assopro de anjo” em relação à crise de 1929-33. Sua escala de tempo também é diferenciada já que envolve uma simultaneidade global a partir do coração do sistema do capital. A escala de tempo se transforma exatamente pelo espectro ampliado da atual crise, que deixa até os apologistas do capital mais viscosos, muitas vezes embaraçados quando necessitam legitimar seu querido sistema social de controle que, diante do aprofundamento da crise, está aprofundando suas contradições e antagonismos acumulados historicamente.
A atual crise não é imediata. Ela ascende a partir da década de 1970 e desdobra desde lá com uma voracidade social e ecológica nunca sem precedentes. Isso porque, desde lá, os fundamentos do capital estão sendo questionados pelo próprio capital que, por uma crescente incapacidade de atender seus imperativos existenciais de acumulação e expansão, inicia um processo altamente destrutivo num período de época histórica onde a totalidade de seus elementos expansivos são prejudicados progressivamente pela impossibilidade objetiva da valorização do capital na esfera da produção, isso é, de acumulação de capital.
A mudança estratégica presente sobre a “administração da crise” trouxe uma fina ironia onde os fundamentalistas neoliberais tiveram que se ajoelhar o Estado para um “socorro de emergência” numa ridicularização do discurso pregado nas últimas décadas baseado na metafísica da “mão invisível” como a capacidade da liberdade e igualdade. Num curtíssimo tempo desapareceram do cenário econômico mundial os cinco maiores bancos de investimento dos Estados Unidos (o vértice da pirâmide do capital financeiro), as duas maiores hipotecárias do planeta, a maior empresa seguradora do mundo e o que foi em grande parte do século XX a maior empresa do mundo faliu. Se alguém desse esse prognostico há alguns anos ou meses atrás desses catastróficos eventos provavelmente seria convidado a integrar um hospício. A ironia subjacente desse processo está exatamente na falência, junto com essas enormes empresas, do pensamento neoliberal.
O desdobramento da atual crise já traz como conseqüência uma “falência do pensamento neoliberal” com seus prognósticos de liberalização econômica financeira como o caminho da liberdade. Principalmente porque o caráter de classe do Estado neoliberal se escancara sendo forçosamente expulso das “férias da história” que muitos esquerdistas teorizam como a construção de um Império sem fronteiras e sem polarização de poder global . A atual crise, ao invés da milagrosa acumulação de capital, advém da superacumulação de capitais e sua impossibilidade objetiva de valorização na esfera produtiva encontrando, entre outras formas, a financeirização como uma resposta capenga para redistribuição do lucro capitalista global. Como acentuava Marx, o capital tem como impulso vital a valorização, a criação de mais-valia para absorver o máximo possível de trabalho excedente, motivado pelo objetivo determinante do processo de produção capitalista: a auto-valorização do capital. Desde meados de 1970 esse objetivo está, de forma crescente e antagônica, apresentando problemas críticos à totalidade da ordem estabelecida. A resposta desses problemas críticos no campo da produção (que muitas vezes os apologistas do capital encaram como causa) se deu com a neoliberalização. Existiu uma intensificação da desregulamentação das regras para o investimento estrangeiro, comércio internacional e privatizações, sob ditaduras ou democracias, que criaram as condições favoráveis para a financeirização econômica global, isso é, uma escalada para a contínua expansão do dinheiro mediado apenas pelo dinheiro. Marx formulou esse capital fictício como D – D’, isso é, dinheiro que se expande não passando pela produção de mercadorias que, nas últimas décadas, tomou diversas formas, como escreve David Harvey, “por meio da especulação, da predação, da fraude e da roubalheira. Operações fraudulentas com ações, esquemas Ponzi, a destruição planejada de ativos por meio da inflação, a dilapidação de ativos por meio de fusões e aquisições agressivas, a promoção de níveis de endividamento que reduziram populações inteira, mesmo em países capitalistas avançados, à escravidão creditícia, para não falar das fraudes corporativas, da espoliação de ativos (o assalto aos fundos de pensão e sua dizimação pelo colapso do valor de títulos e ações e de corporações inteiras) por manipuladores de crédito e de títulos e ações – tudo isso constitui a verdadeira natureza do atual sistema financeiro capitalista. Há incontáveis maneiras de extrair dinheiro do sistema financeiro. Como ganham por comissões a cada transição realizada, os corretores podem maximizar seus lucros mediante a negociação freqüente de seu portfólio de títulos (prática conhecida como churning – transação supérflua), pouco importando se as transações adicionam ou não valor à conta dos clientes (2008, p. 174).
Não menos importante e alarmante, junto com esse processo, uma redistribuição de renda altamente desigual foi colocada em prática. Como exemplo recente, entre 2000 e 2006, nos Estados Unidos os 10% mais ricos da população viram sua renda crescer 32% enquanto a renda média dos trabalhadores caiu 1,1% em termos reais sob um crescimento de 18% da economia. No caso do 1% mais rico, o crescimento foi de 203% e, para o segmento representante dos 0,1% mais alto na pirâmide de renda houve um aumento de 425%. Esses números estrondosos mostram a face com que teremos que, cedo ou tarde, lidar.
quarta-feira, 15 de julho de 2009
A última onda financeira
Hoje, 15 de julho de 2009, se inicia o último suspiro do sistema financeiro internacional que deve perdurar até setembro (ler último post). O marco simbólico desse momento se dá pelo desempenho da Goldmann Sachs. Após receber US$ 10 bilhões do Tesouro dos EUA ano passado, depois da quebra da concorrente Lehman Brothers no dia 15 de setembro, a Goldamann Sachs informou ter lucrado US$ 3,4 bilhões entre abril e junho, 65% mais do que o igual período de 2008. Com esse resultado, a Bolsa de Valores de Nova York fechou em alta de 0,33% e, penso eu, irá entrar num ritmo frenético até setembro. Até lá veremos diversos discursos sobre o mundo pós-crise.
Nota: o espectro da inflação começa a tomar o mundo.
Nota: o espectro da inflação começa a tomar o mundo.
quarta-feira, 8 de julho de 2009
Prognóstico para a atual crise
Para aqueles que acompanham esse blog, especialmente sobre a crise, sabe que nenhum prognóstico escrito até agora foi errado me dando, dessa forma, até uma possibilidade de arriscar mais alto. Para aqueles que não leram nenhum post, acredito que não se tem muito o que dizer sobre prognósticos e suas debilidades já que, afinal, não acompanharam o desdobramento dos processos de crise. Entretanto, o que escreverei hoje é mais bombástico que o usual. Ontem estive fazendo umas contas sobre as tendenciais do crescimento da dívida pública dos EUA, os gastos orçamentarios para 2010 que passam muito o limite possível, o número total do socorro de empresas e bancos pelos Estados e instituições financeiras internacionais, os efeitos gerais sobre a injeção de trilhões de dolares no sistema financeiro e suas formas de quantificação que estão caducando, a receita contínua da guerra no Oriente Árabe, a orientação do pacote de ajuda norte-americano, a diminuição progressiva e tendencial do comércio mundial e, as constantes tentativas do sistema financeiro se reerguer em ciclos expansivos e finalmente, como anda o papel do dólar na apliacação das medidas anti-crise. A corrente crise está trazendo umaa incapacidade de controle dos múltiplos eventos inter-relacinados fazendo com que, por exemplo, a astronômica liquidez jogada no sistema financeiro global trouxe a perda da eficácia da orientação política e financeira geral, acelerando a crise e não barrando-a.
O diagnóstico que darei, portanto, não faz nenhum sentido para aqueles que caem na fantasia ordinária da "retomada da economia" ou qualquer coisa desse tipo que lota a mídia nacional e internacional.
A concusão que cheguei foi que, em setembro de 2009, o sistema financeiro global ruírá com o desaparecimentos das bases financeiras em todo o mundo. Como consequencia, o desdobramento da atual crise irá trazer, no fim do verão estadunidense, o início de uma "Grande Depressão" que vai impor deslocamentos geopolíticos globais, não importando os custos sociais e ambientais envolvidos em tais empreitadas.
O diagnóstico que darei, portanto, não faz nenhum sentido para aqueles que caem na fantasia ordinária da "retomada da economia" ou qualquer coisa desse tipo que lota a mídia nacional e internacional.
A concusão que cheguei foi que, em setembro de 2009, o sistema financeiro global ruírá com o desaparecimentos das bases financeiras em todo o mundo. Como consequencia, o desdobramento da atual crise irá trazer, no fim do verão estadunidense, o início de uma "Grande Depressão" que vai impor deslocamentos geopolíticos globais, não importando os custos sociais e ambientais envolvidos em tais empreitadas.
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