sexta-feira, 3 de abril de 2009

Favela: sintoma da globalização

As favelas são o sintoma da globalização capitalista. Elas não fazem parte de um projeto social que deu errado ou um acidente no processo de distribuição de renda e espaço. Pelo contrário, as favelas são o resultado necessário diante do processo de concentração e centralização da riqueza. Vemos, atualmente, portanto, a criação de muros que buscam estabelecer essa lógica semelhante a um apartheid. É um resultado direto da globalização a criação de novos muros – seja entre os EUA e o México, Israel e os palestinos, nos campos de refugiados, nas favelas, alphaviles etc.

No Rio de Janeiro, para conter a expansão das favelas está sendo colocado em prática um projeto para cercear 10 favelas. Aqui vem a questão: para acabar com a expansão das favelas o remédio dado pelas políticas públicas é a criação de muros que separem radicalmente os favelados. Isso não mostra os limites do Estado diante da atual crise? Não é exatamente por isso que um novo keynesianismo é completamente inoperante hoje devida a crise estrutural do Estado que, praticamente desde 1970, estou em bancarrota? A desculpa dada pelo governo do Rio, por exemplo, para cercar os moradores das favelas diante da destruição ecológica que proporciona sua expansão.
Não devemos ter medo de propor que a favela é hoje o campo de concentração por excelência da globalização capitalista. Mais de 70% da população urbana no Terceiro Mundo é favelada.
O morro Dona Marta, na zona sul do Rio de Janeiro, está sendo a primeira experiência da criação explícita de um muro que cerceia seus habitantes. Na favela da Rocinha o projeto prevê que o muro terá cerca de 2.800 metros de extensão num total de mais de 11 mil metros de muro que serão erguidos. Esse é o significado Real da democracia-liberal hoje.

2 comentários:

The tone disse...

Será que as favelas vão engolir o mundo? Será nosso planeta no futuro uma grande favela?
Maiso muro é pra mantê-los lá fora ou nos prender aqui dentro?
^_^

marie. disse...

O muro, para mim, tem um significado puramente simbólico. O que é mais engraçado é que quem manda fazer muro não pensa em qualquer significado...