quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Notas filosóficas sobre o amor - parte 2

Um dos conceitos mais importantes de Lacan é o de objeto pequeno a: ele não é o bjeto de desejo do sujeito, é exatamente o desejo de desejar o desejo do Outro. O objeto a é o objeto-causa do desejo, o X insondável "a mais que si mesmo". É o excesso de vida que perpassa a finitude, que volta a si pela repetição. É o "a mais" não integrável ao processo de simbolização, é o ponto metafísico próprio do materialismo, o não-senso do sentido negativo: o Vazio. Ele é não-substâncial e caminha pelo vazio de uma lacuna imsimbolizável que possibilita o movimento sendo um obstáculo a jouissance total, sonho daqueles que consideram o sujeito uma mônada. O objeto a surge de uma aproximação do Real por alguma automutilação. Nesse sentido é que, para Lacan, "amar é dar o que não se tem... para quem não quer". O amor mutila, pois possibilita que esse excesso inumano se aflore pelo subentendido desestruturando as coordenadas simbólicas. O amor é não-Todo já que aceita o inominável do ser amado. O amor é ético já que possibilita suspender a própria ética para que se trabalhe a verdade do desejo do amado. O amor não é politicamente correto já que também atua fora do campo do sentido: é necessariamente anti-multiculturalista já que não significa "eu amo você por inteiro" e sim uma identificação com a fatansia que impossibilita se conhecer o desejo do Outro em seu núcleo traumatic, a falta que sempre retorna.

2 comentários:

Cristiano disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

1. O desejo de desejar o desejo do outro: esse é o grande lance da coisa. O problema é o q nos leva a isso.

2. Amar é dar o q não se tem...é daí q surge a idéia de que a mulher é um ser sempre incompleto? talvez sempre buscando alguém pra dar esse algo q ela não tem?...
Nesse sentido acho q não caberia distinção de gênero...enfim...