segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

A reorganização das frações de classe no governo Dilma: um palpite

Na posse da primeira presidenta eleita no Brasil, a verdadeira pergunta é: vai haver uma reorganização das frações de classe no bloco no poder do Estado? Se sim, quais serão? Serviram para atender quais tipos de interesses?

Meu palpite é o seguinte: o governo Dilma precisa abrir mais as pernas para a burguesia industrial e agrária (ainda com dominância das finanças!). Para isso deve deslocar do Banco Central para o Ministério da Fazendo (com a mediação do BNDES) o locus de produção e execução das políticas econômicas. Esse é um espaço que possibilita aprofundar a coalização entre diferentes frações da burguesia, ainda mais com o papel preeminente do agronegócio na estrutura econômica nacional voltada a seguir o alto preço das commodities no mercado mundial, em especial a China. Assim a mediação da “nova classe” formada por gestores de fundos mútuos e de pensão, conselheiros administrativos e tecnocratas especializados será ainda mais intensa para se adequar a demandas dessa reorganização. Parece essa ser uma possível cara do governo Dilma. Os “anéis burocráticos” parecem se transformar....

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